Descubra como a área de Real Estate pode liderar a jornada sustentável das organizações e a importância da tecnologia para a gestão dos dados.
Insight
05 February 2025
Depois de definir suas metas, como medir e reportar o avanço em sustentabilidade?
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A maioria das empresas já entendeu a importância da sustentabilidade nos negócios, mas muitas não sabem por onde começar a implementar ações de governança para diminuir seus impactos ambientais e sociais. Antes, é importante ter em mente que a sustentabilidade é uma jornada que envolve planejar, investir, executar, monitorar, comparar dados e reportar as conquistas.
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Em geral, as multinacionais estão mais avançadas nessa trajetória, até por pressões regulatórias dos países em que atuam. Enquanto isso, no Brasil, as companhias dão seus primeiros passos. Há desafios nos dois casos, que demandam abordagens específicas para a sustentabilidade nas operações.
“O Brasil ainda está em um momento pouco maduro em relação a dados. As empresas têm dificuldade em definir os indicadores que serão o seu ponto de partida e em acompanhá-los ao longo do tempo para medir o grau de evolução. Por outro lado, as multinacionais, embora tenham metas globais, muitas vezes, não têm estratégias locais que incidam sobre os desafios de cada região. Para ter resultados efetivos, é necessária uma abordagem estratégica para sustentabilidade”, diz Luciana Arouca, diretora de Sustentabilidade da JLL.
O papel estratégico de Real Estate
A área de Real Estate tem um papel estratégico para a sustentabilidade nas organizações. Isso porque as principais métricas ambientais costumam ser acompanhadas pela gestão de Facilities e de Propriedades, que concentra dados sobre consumo de energia e água, geração e destinação de resíduos e emissões de carbono dos espaços corporativos. Portanto, olhar para essas operações pode ser um bom ponto de partida para definir onde começa a sua jornada e aonde se deseja chegar.
“Nesse primeiro momento de diagnóstico, é importante verificar os mecanismos de coleta e apuração dos dados para garantir a acuracidade e ter certeza de que os indicadores são adequados, pois alguns números podem ser irrelevantes para os desafios do negócio. Também é recomendado fazer um benchmark e comparar seu desempenho com os concorrentes, para ter referências. Esse planejamento permite traçar um plano de ação para priorizar e atingir as metas de curto, médio e longo prazos. O acompanhamento deve ser contínuo e alinhado aos desafios de cada organização, por isso dizemos que a sustentabilidade é uma jornada única para cada uma delas”, explica Luciana.
Cinco passos para medir e reportar o avanço em sustentabilidade
A seguir, veja cinco etapas-chave para criar suas metas, planos de ação para alcançá-las e como compartilhar esses resultados com as partes interessadas.
1. Inclua a área de Real Estate na estratégia de sustentabilidade
Qualquer que seja a meta, é necessário alinhar as iniciativas de sustentabilidade à área de Corporate Real Estate (CRE), que pode indicar quais iniciativas precisam ser priorizadas e contribuir para determinar se as ações devem se concentrar em um único local ou em todo o portfólio imobiliário.
2. Defina metas de sustentabilidade e planos de ação
Para cada área de foco da estratégia, será necessário estabelecer metas e planos de ação para alcançá-las. Por exemplo, é possível escolher focar na eficiência operacional dos edifícios, no consumo de fontes de energia renovável e na sua cadeia de suprimentos, investindo em iniciativas para implementação de melhorias.
Ao desenvolver seus planos, não negligencie a importância de envolver todas as partes interessadas – a alta administração, o RH e os próprios colaboradores, uma vez que as ações afetam diretamente os locais de trabalho.
3. Estabeleça um baseline, um ponto de partida
Frequentemente, diferentes edifícios em um portfólio de CRE podem ter suas próprias iniciativas de sustentabilidade que não fazem parte de um programa unificado. Isso traz falta de uniformidade aos indicadores e prejudica o acompanhamento e a análise dos avanços esperados. Compreender o que você já está fazendo e o que está alcançando ajudará a determinar como chegar ao próximo nível.
O benchmarking, tanto interno quanto externo, pode ajudar a entender seu patamar atual, identificando oportunidades de melhoria e orientando seus próximos passos. Esse processo pode ser tão simples quanto revisar a cadeia de descarte de resíduos de cada um dos ativos, comparar seus programas e resultados com os de outras empresas do setor ou, ainda, padrões de certificação de edifícios verdes.
4. Colete dados relevantes
Dados são essenciais para uma estratégia de sustentabilidade eficaz, mas pode ser um desafio rastrear dados de um único edifício, sem falar de todo o portfólio. São as metas que definem os dados necessários para estabelecer o ponto de partida e acompanhar o progresso. Os dados também vão variar de acordo com o modelo de relatório de sustentabilidade que a empresa desejar seguir (veja abaixo).
“A tecnologia é uma aliada na coleta e no monitoramento dos dados. A JLL possui uma ferramenta tecnológica robusta para a gestão de dados de múltiplas fontes. Além de centralizar as informações, o software fornece análises e insights para avanços futuros”, diz Luciana.
5. Defina o padrão do relatório de sustentabilidade
Os relatórios de sustentabilidade têm se tornado cada vez mais importantes para governantes, investidores e outras partes interessadas. Governos ao redor do mundo — incluindo a União Europeia, Reino Unido, África do Sul, Japão, Índia, 17 estados dos Estados Unidos e Porto Rico — estabeleceram requisitos obrigatórios de relatórios de sustentabilidade para empresas públicas.
O modelo de relatório de sustentabilidade certo para sua organização depende do seu setor, tamanho, complexidade e estratégia corporativa, que pode levar em conta o que é importante para a alta administração ou as métricas mais significativas para determinados stakeholders. Focar nas métricas mais relevantes contribui para uma trajetória de sustentabilidade consistente.
Conheça os principais relatórios de sustentabilidade:
- CDP (Carbon Disclosure Project): foca principalmente nas emissões de gases de efeito estufa, mas aborda também questões relacionadas à água e florestas.
- UNSDG (United Nations Sustainable Development Group): focado nas ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável) da ONU para alcançar a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável.
- TCFD (Task Force on Climate-related Financial Disclosures): ajuda empresas públicas e outras organizações a divulgarem com mais eficácia os riscos e oportunidades relacionados ao clima por meio de seus processos de relatórios existentes.
- GRESB (Global Real Estate Sustainability Benchmark): foca no desempenho ESG no setor global de imóveis comerciais.
- GRI (Global Reporting Initiative): foca na responsabilidade social corporativa com igual peso nos fatores ESG. É intensivo no engajamento de stakeholders para determinar a materialidade.